Foto/ fonte: http://fabiomizote.wordpress.com/periodo-fetal/
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Por Jorge Roberto Fragoso Lins
O feto no período de tempo em
que permanece no útero materno desenvolve várias atividades, demonstrando claramente
que mesmo antes de nascer já possui vigor para realizar algumas ações. O feto
realiza ações como a de chutar, virar-se, flexionar o corpo, movimentar os
olhos, cerrar os punhos, soluça, suga os polegares entre outras. Isso é possível devido às membranas flexíveis
das paredes uterinas e do saco amniótico, as quais envolvem o anteparo protetor
do líquido amniótico. Com isso, permitem e até mesmo estimulam movimentos
limitados. Foi observado em estudo que
os fetos reagem ao estresse da gravidez da mãe, existindo uma co-ligação dessa
resposta a uma variação do ritmo cardíaco do feto que pode apresentar ritmos
cardíacos mais lentos, porém mais variáveis. No entanto a partir de seu
crescimento os movimentos vão ficando mais restritos devido à diminuição do
espaço. Entre a 28ª e a 32ª semanas acontecerá um grande e significativo salto
em todos os aspectos do desenvolvimento fetal.
Provavelmente muitas pessoas
acreditam que exista um comportamento padrão para todos os fetos, mas isso não
condiz com a realidade. Movimentos e nível de atividade dos fetos são
diferentes, mostrando diferenças individuais bem claras com ritmos cardíacos que
variam em regularidade e velocidade. Os fetos masculinos são mais ativos e
tendem a se movimentar com mais vigor do que os femininos ao longo de toda a
gestação, independentemente de tamanho. A isto, podemos considerar que a tendência
dos meninos serem mais ativos do que as meninas poderia ter uma causa inata.
Aproximadamente por volta da
12ª semana de gestação, o feto engole e inala parte do líquido amniótico em que
ele flutua. O líquido amniótico possui substâncias que atravessaram a placenta que
vieram da corrente sanguínea da mãe e entram na corrente sanguínea do feto. Talvez
seja através do compartilhamento dessas substâncias que se estimulem os
sentidos do paladar e do olfato, que começam a surgir no feto, contribuindo
também, provavelmente, para o desenvolvimento de órgãos necessários para a
respiração e para digestão. Antes mesmo do nascimento o feto já possui o
sistema olfativo que controla o sentido do olfato bem desenvolvido.
Outro aspecto da atividade
do feto e que se mostra assim quando a criança nasce é o de parecer lembrar-se
de sons, músicas e, sobretudo, da voz de sua mãe. Uma experiência realizada com
bebês de três meses de vida apresentou o seguinte quadro: os bebês que ao chuparem
as chupetas uma gravação era acionada com uma história que as mães haviam lido
em voz alta durante os últimos seis meses de gravidez, sugaram mais as chupetas
do que os bebês que as mães não haviam recitado nenhuma história antes do
nascimento. Um experimento similar foi realizado com bebês recém-nascidos de
dois a quatro dias e assinalou uma preferência para sequências musicais e
verbais ouvidas antes do nascimento. Eles também preferem a voz materna à de
outras mulheres, vozes femininas a masculinas e a língua natal da mãe à outra. A
constatação da preferência do feto à voz da mãe foi fundamentada ao descobrir
que, quando a mãe lia uma história o ritmo cardíaco do feto logo aumentava e se
fosse uma estranha que lesse o ritmo diminuiria.
* Jorge Roberto Fragoso Lins é sociólogo, pós-graduado em
intervenções clínicas em psicanálise e graduando do 8º período de psicologia.
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