Foto/fonte: http://cibelealvespsicopedagoga.blogspot.com.br/2011/12/importancia-da-mae-no-desenvolvimento.html
* Por Jorge Roberto Fragoso Lins
O objeto transicional conduz
o bebê para o mundo externo e, consequentemente, para o simbólico, promovendo
uma nova etapa em seu desenvolvimento. No entanto, para que isso ocorra é
necessário que exista uma boa relação do objeto interno e o objeto
transicional. Dito de outra forma, o objeto transicional só estará presente na
vida do bebê quando o objeto interno for vivo e o suficientemente bom – mãe suficientemente
boa –. Mas o objeto interno depende para ter essas características da
existência – esta mãe tem que está presente –, da vitalidade e do comportamento
externo, ou seja, do seio, da figura da mãe e de seus cuidados e do ambiente de
uma forma geral.
Caso exista alguma falha em alguns desses pontos ou se não for
o suficientemente bom para o bebê, segundo Klein, provocará no bebê um caráter
persecutório do objeto interno. Ocorrendo
uma falha prolongada do objeto externo
fará com que o objeto interno venha perder o sentido para a criança e,
consequentemente, o objeto transicional também. Um exemplo possível de
acontecer é quando a mãe por qualquer choro da criança logo pensa que é fome e
segue para amamentar o bebê. Esse choro pode ter uma motivação de outra ordem,
por exemplo, de alguma cólica que ele esteja sentindo. O peito da mãe será associado
ao mal-estar da cólica, criando consequências posteriores para a alimentação da
criança. Klein nos diz que, o objeto transicional pode representar o seio ‘externo’,
mas de modo indireto, pelo fato de representar um seio ‘interno’.
Segundo Freud (1856-1939),
não existe qualquer possibilidade de que o bebê progrida do princípio do prazer
para o princípio de realidade ou para além da identificação primária a não ser
que exista uma mãe suficientemente boa. A mãe não é necessariamente a mãe
biológica do bebê, mas quem ocupe e exerça essa função.
A mãe suficientemente boa é
aquela que faz uma adaptação ativa às necessidades do bebê e que, gradualmente
vai diminuindo de acordo com o desenvolvimento e capacitação do bebê de
suportar as falhas na adaptação e por sua vez de tolerar algumas frustrações.
O bebê vai lidar com as
falhas da mãe por meio de algumas experiências vividas. Conforme Winnicott, através
de experiências repetitivas de que a frustração tem um limite de tempo,
salientando que no início esse limite dever bem curto; a memória, a revivescência,
o devaneio, o sonho; a integração entre passado, presente e futuro.
No início da adaptação a mãe
deve compreender que esta deve ser quase perfeita, como diz Winnicott, não
sendo assim não será possível para o bebê começar a desenvolver a capacidade de
fazer a liga com o mundo externo, ou seja, de se relacionar com a realidade
externa.
* Jorge Roberto Fragoso Lins é sociólogo, pós-graduado em
intervenções clínicas em psicanálise e graduando do 8º período de psicologia.
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