segunda-feira, 1 de julho de 2013

PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO: PARALISIA CEREBRAL, UMA DAS CONSEQUÊNCIAS DO PARTO PÓS-MATURIDADE



Por Jorge Roberto Fragoso Lins*

O acompanhamento gestacional é realizado pela regra de Nagle que assinala para uma gestação de 40 semanas, compreendendo nove meses e mais dez dias do primeiro dia em que aconteceu a ultima menstruação, ou seja, 280 dias. No entanto, temos que contar com as variações existentes entre o período da menstruação e o da ovulação.  É considerada uma gestação prolongada uma gravidez que atrasa mais de 42 semanas, mais de 294 dias (280+14). Estima-se que o número de casos que atinja os 294 dias seja da ordem dos 5 % e demonstra ser recidivo, ou seja, o risco é duas vezes maior em grávidas que já tiveram gravidez prolongada. Portanto, é considerada uma gestação pós-termo quando uma gestação ultrapassa as 42 semanas. A pós-maturidade é considerada uma síndrome na qual a placenta apresenta uma quebra de sua funcionalidade, colocando o feto em perigo de morte, podendo ocasionar asfixias, distocias graves de dilatação, de volume, aspiração de mecônio. Não obstante que a gestação prolongada reserve mais riscos ao feto, a mãe também não fica isenta de sérias consequências, podendo sofrer infecção corioamniotica, hemorragias provocadas pela retenção do feto morto e, consequentemente, o aumento da mortalidade e morbidade materna. A falta de oxigenação no feto pode provocar lesões cerebrais que culminam na paralisia cerebral. Também lesões ocasionadas por partos difíceis onde a cabeça do bebê é cumprimida ao passar pelo canal vaginal ou em trabalhos de partos prolongados, uso inadequado do fórceps ou manejo obstétricos inadequados e violentos. Quando o colo do útero não é flexível o suficiente para permitir a passagem do feto é realizada uma cesariana, ou seja, uma retirada cirúrgica do concepto através de uma incisão do abdômen e do útero da mãe.
A paralisia cerebral ou encefalopatia crônica não progressiva consiste em uma lesão de uma ou mais partes do cérebro (Sistema Nervoso Central) que em boa parte das vezes é provocada pela falta de oxigenação das células cerebrais, podendo ocorrer durante a gestação, durante o parto ou após o nascimento em pleno processo de amadurecimento do cérebro do bebê, afetando os músculos e sua coordenação motora. As pessoas que são afetatas têm perturbação do controle de suas posturas e do movimento do corpo, andam com dificuldade ou mesmo ficam impossibilitadas de andar, seus movimentos podem ser estranhos ou descontrolados, podendo ainda apresentar gestos involuntários faciais incomuns sob a forma de caretas. No entanto, quase sempre são indivíduos inteligentes e muitas vezes compreendem que algo os diferencia dos demais. A estimulação precoce por se tratar de estímulos ao desenvolvimento, garantindo para a criança um amadurecimento psiconeurológico em todas as áreas, é funtamental e decisivo para esse indivíduo, observando que as alterações dos padrões motores serão minimizadas com uma melhor interação e coordenação dos estímulos. Os procedimentos de estimulação cognitiva-sensorio-motora ajudarão numa melhor qualidade de vida para esse sujeito.

Jorge Roberto Fragoso Lins é sociólogo, pós-graduado em intervenções clínicas em psicanálise e graduando do 8º período de psicologia

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