Por Jorge Roberto Fragoso Lins*
O
acompanhamento gestacional é realizado pela regra de Nagle que assinala para uma
gestação de 40 semanas, compreendendo nove meses e mais dez dias do primeiro
dia em que aconteceu a ultima menstruação, ou seja, 280 dias. No entanto, temos
que contar com as variações existentes entre o período da menstruação e o da
ovulação. É considerada uma gestação
prolongada uma gravidez que atrasa mais de 42 semanas, mais de 294 dias
(280+14). Estima-se que o número de casos que atinja os 294 dias seja da ordem
dos 5 % e demonstra ser recidivo, ou seja, o risco é duas vezes maior em grávidas
que já tiveram gravidez prolongada. Portanto, é considerada uma gestação
pós-termo quando uma gestação ultrapassa as 42 semanas. A pós-maturidade é
considerada uma síndrome na qual a placenta apresenta uma quebra de sua
funcionalidade, colocando o feto em perigo de morte, podendo ocasionar asfixias,
distocias graves de dilatação, de volume, aspiração de mecônio. Não obstante
que a gestação prolongada reserve mais riscos ao feto, a mãe também não fica
isenta de sérias consequências, podendo sofrer infecção corioamniotica,
hemorragias provocadas pela retenção do feto morto e, consequentemente, o
aumento da mortalidade e morbidade materna. A falta de oxigenação no feto pode
provocar lesões cerebrais que culminam na paralisia cerebral. Também lesões
ocasionadas por partos difíceis onde a cabeça do bebê é cumprimida ao passar
pelo canal vaginal ou em trabalhos de partos prolongados, uso inadequado do
fórceps ou manejo obstétricos inadequados e violentos. Quando o colo do útero
não é flexível o suficiente para permitir a passagem do feto é realizada uma
cesariana, ou seja, uma retirada cirúrgica do concepto através de uma incisão
do abdômen e do útero da mãe.
A
paralisia cerebral ou encefalopatia crônica não progressiva consiste em uma
lesão de uma ou mais partes do cérebro (Sistema Nervoso Central) que em boa
parte das vezes é provocada pela falta de oxigenação das células cerebrais, podendo ocorrer durante a gestação, durante o parto ou
após o nascimento em pleno processo de amadurecimento do cérebro do bebê,
afetando os músculos e sua coordenação
motora. As pessoas
que são afetatas têm perturbação do controle de suas posturas e do
movimento do corpo, andam com dificuldade ou mesmo ficam impossibilitadas de andar,
seus movimentos podem ser estranhos ou descontrolados, podendo ainda apresentar
gestos involuntários faciais incomuns sob a forma de caretas. No entanto, quase
sempre são indivíduos inteligentes e muitas vezes compreendem que algo os
diferencia dos demais. A estimulação precoce por se tratar de estímulos ao desenvolvimento,
garantindo para a criança um amadurecimento psiconeurológico em todas as áreas,
é funtamental e decisivo para esse indivíduo, observando que as alterações dos
padrões motores serão minimizadas com uma melhor interação e coordenação dos estímulos.
Os procedimentos de estimulação cognitiva-sensorio-motora ajudarão numa melhor
qualidade de vida para esse sujeito.
Jorge Roberto Fragoso
Lins é sociólogo, pós-graduado em intervenções clínicas em psicanálise e
graduando do 8º período de psicologia
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